sexta-feira, setembro 29, 2006

assim é dificil...



"Loucos Por Jogos - Um espaço a não perder para quem se quer informado acerca da realidade do mundo". Uma premissa deixada pelo guia de programação da RTP1 que me fez elevar as expectativas... infelizmente!

"Loucos Por Jogos" foi o título da Grande Reportagem transmitida na transacta quarta-feira (dia 27 de Setembro) pela
RTP1, que, como toda a gente sabe, goza do estatuto de serviço público, estatuto esse que ao longo dos anos tem vindo a ser posto em causa pelas restantes estações televisivas.
Mas, se as expectativas eram elevadas, também foram efémeras, na medida em que praticamente se dissiparam nos primeiros minutos, tendo vindo a confirmar - já no final - o meu descontentamento e indignação pelo conteúdo dessa mesma reportagem. Mais do que dar uma visão desfragmentada e muitas vezes deturpada, conseguiu, ainda assim, transmitir uma ideia de repugnância delineada por uma clara desinformação e reforçada por uma visão doentia e pouco séria sobre o mundo dos videojogos em geral e sobre o jogador português em particular. Eu, como jogador que sempre fui e, mais recentemente, investigador na área dos videojogos não posso deixar de manifestar o meu desagrado em relação à forma como o péssimo serviço público nos foi apresentado. Não houve nunca, ao longo da reportagem, a preocupação em pensar os videojogos, em tentar perceber o que está por detrás dos mesmos, qual a grande motivação, o que se pode aprender com eles... não! Resumiram a ideia à violência, ao vício, à doença e à morte, tendo sido apresentados péssimos exemplos de jogadores (?) que revelaram uma falta de literacia e acuidade na imagem que tentaram transmitir aos espectadores que pouco ou nada sabem sobre o mundo dos videojogos... e quando assim é, torna-se difícil implementar uma maior seriedade ao que eu e muitos outros jogadores, jornalistas e investigadores na blogosfera, procuramos realmente explorar: "as teorias por detrás da acção jogar e analisar todos os seus elementos como resultado de uma totalidade significante" (in
uma nova etapa).

Nota negativa para o "serviço público" da RTP1.