sábado, fevereiro 10, 2007

os jogadores tornaram os jogos mais inteligentes *



Com a evolução dos videojogos e das novas tecnologias, principalmente ao nível do hardware das máquinas, os jogadores têm vindo a acompanhar o seu ritmo de evolução através de constantes upgrades cognitivos. Tornaram-se mais complexos, mais exigentes e num maior desafio para as diversas produtoras de videojogos. O autor Steven Johnson defende, no primeiro capítulo da sua obra (1), que os videojogos nos tornaram mais inteligentes. Contudo, penso que são os jogadores que no seu geral exigem uma maior inteligência ma concepção dos videojogos. Nós portugueses, conseguimos inclusivamente contornar com relativa facilidade a linguagem textual imbuída e pré-definida nos videojogos. O que à partida poderia ser um obstáculo, principalmente na forma como acompanhamos o desenrolar da narrativa, tornou-se numa linguagem universal, aceite e compreendida por todos, facilitando e reforçando a importância do jogador e a sua incontornável autoria. Jogamos um videojogos, interagimos com complexos sistemas ambientais tridimensionais, definimos estratégias, lemos histórias, desafiamos inteligências artificiais, conhecemos diversos jogadores e diferentes culturas, estabelecemos novos desafios e aceitamos inconscientemente uma constante aprendizagem e assimilação de informação. É-nos permitido uma maior flexibilidade nas acções e no nosso desempenho, que tem vindo a desenvolver-se e a exigir uma maior longevidade nos desafios propostos por este meio de entretenimento lúdico.

Próximo artigo intitulado "Do pixelizado ao realismo" na Mega Score nº 137 já nas bancas.

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* Artigo publicado na revista Mega Score nº 136 de Janeiro de 2007, p. 10.
(1) JOHNSON, Steven (2006), "Tudo o que é mau faz bem", Lisboa, Lua de Papel.