sexta-feira, maio 25, 2007

realidades wiirtuais *



Nestas últimas semanas experimentei finalmente a nova Nintendo Wii. Depois de ter visto inúmeros vídeos disponíveis na Internet, muitas dúvidas colocava sobre a mecânica dos respectivos videojogos e sobre as formas inovadoras de interacção presentes na jogabilidade que eram oferecidas ao jogador. Assim sendo, e depois das primeiras impressões retiradas no WiiSports, tornou-se claro que os gráficos, como elemento do jogo, passam imediatamente para segundo plano, elevando a capacidade sensorial do hardware em reconhecer inputs que resultam de movimentos efectuados pelo jogador. Mais do que uma consola de jogos, a Wii é uma solução eficaz no combate ao sedentarismo, proporcionando um bom exercício físico e mental como forma de elevar o jogador ao seu expoente máximo, como o principal elemento activista de todo o desenrolar do jogo.

Sabendo à partida que muitos videojogos poderão ser considerados simulações, até que ponto não será interessante começarmos a questionar se com esta consola não estaremos na presença de um resultado de elementos muito próximo do verdadeiro conceito de realidade virtual, uma vez que, segundo Derrick de Kerckhove – na sua obra A Pele Da Cultura – “a realidade virtual permite-nos entrar fisicamente nos produtos da nossa imaginação” (1997: 131). Pode parecer ambiciosa esta ideia, mas depois de três combates seguidos de boxe que fiz no WiiSports, o cansaço físico, o suor e as dores nos braços foram outputs que resultaram numa experiência bem mais real do que uma simples simulação...

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* Artigo publicado na revista Mega Score n.º 139 de Abril de 2007, p. 10.