segunda-feira, agosto 07, 2006
double-click: uma viagem temporal
Afirmar que a Internet - quando convenientemente usada - permite abrir as portas não só para o conhecimento como também iniciar inúmeras viagens virtuais pode não ser novidade para os milhões de utilizadores em todo o mundo, mas afirmar que os videojogos conseguem de uma certa forma proporcionar-nos interessantes experiências no que toca à sua jogabilidade, pode não ser assim tão perceptível à primeira vista.
Existem milhares de videojogos que nos permitem, através de um double-click no seu respectivo icon, iniciar verdadeiras aventuras virtuais e inserir-nos em ambientes cada vez mais variados. Recentemente experimentei o videojogo Conflict: Vietnam (Pivotal Games, 2004) que me transportou para o ano de 1968 em plena Guerra do Vietname. Antes de iniciar o título em questão propriamente dito, fui presenciado por uma interessante animação que me deu a informação necessária para que as minhas acções futuras, já dentro da realidade virtual, fossem contextualizadas - é importante que o jogador saiba o porquê antes de iniciar a jogabilidade! Depois do menu inicial e após ter redefinido as teclas necessárias para iniciar a aventura, passei por um treino militar que embora curto serviu para me dar as primeiras noções sobre quais as funções básicas disponíveis, ou seja, o como controlar o personagem. Este tutorial foi fundamental para que conseguisse perceber um pouco a mecânica do jogo de forma a poder tirar partido do prazer que é jogar. Sem ter vivido a Guerra do Vietname, consegui, através do videojogo, ter a percepção de uma realidade virtual desenvolvida em torno de um acontecimento do século XX e de todo o ambiente de violência que o envolveu. O processo de aprendizagem e de iniciação pode demorar apenas alguns minutos, mas a forma como o interiorizamos é quase que imediata. Aceitamos o que vemos no ecrã, aprendemos as regras básicas e com elas exploramos todo um ambiente virtual à procura de alargar a nossa experiência. Viajamos constantemente no tempo e inconscientemente aceitamos como algo natural. Os videojogos servem-se dos computadores (consolas e afins) como mediadores nestas nossas viagens. Tão depressa "saltamos" para o ano de 1968 como para 2145 se falarmos em Doom 3 (id Software, 2005). Tão depressa vivemos acontecimentos que marcaram a história da Humanidade como somos convidados a explorar realidades virtuais de um futuro distante que não conhecemos.
Seja qual for o ano e a realidade virtual para a qual somos transportados, as potencialidades dos videojogos - ainda mais ricas e complexas do que a Internet - poderão também ser vistas como uma porta aberta a uma viagem temporal. Para isso basta apenas fazer double-click...