sábado, julho 29, 2006
um ícone chamado Lara Croft
O sucesso de Tomb Raider deve-se essencialmente ao protagonismo de uma personagem virtual chamada Lara Croft, criada por Toby Gard. A importância destas personagens virtuais criadas ao longo das décadas (como foi o caso de Pac-Man, Super Mario, Sonic, entre outras), acabam por influenciar de forma determinante a opinião dos jogadores em relação a um videojogo, da mesma maneira que o desempenho dos actores contribui, inevitavelmente, para o sucesso ou insucesso de um determinado filme. Assim como acontece nos filmes, estas personagens virtuais desempenham no videojogo um papel fulcral pois funcionam como elementos chave na interactividade que o jogador dispõe, usufruindo de uma jogabilidade que permite estabelecer a ponte de ligação entre duas realidades.
Seja qual for o videojogo, o jogador controla sempre algo. Desde os jogos mais antigos, até aos mais recentes, o controlo existe sempre, seja sobre uma personagem ou um objecto. Mas de que modo uma personagem se diferencia das restantes? Steven Poole, na sua obra Trigger Happy afirma que “uma boa personagem de um videojogo é aquela que um jogador gosta. (...) Desde o momento em que a personagem está sobre o nosso controlo, se nós gostamos dela, sentimo-nos um pouco como os seus protectores.” [2000:163]. Esta ideia resume de uma certa forma, o objectivo principal dos criadores de Tomb Raider.
A intenção foi a de criar uma versão feminina de Indiana Jones. Tendo em conta todas as características desenvolvidas em papel numa fase inicial, Toby Gard queria que o herói do videojogo fosse rápido e elegante e todas as restantes características apontavam para uma personagem feminina. Gard estava a par das potencialidades do videojogo, e sabia que teria que arriscar numa inovação que tardava até à data, ou seja, dar um maior protagonismo a um novo movimento feminino, assumindo claramente que Lara iria ser capaz de coisas que os homens não conseguem fazer. Steven Poole acrescenta que “uma boa personagem, para além de ser esteticamente agradável, terá que criar no jogador uma forte motivação para jogar o videojogo” [2000:163] e Lara Croft assumiu essa responsabilidade, tendo mesmo conseguido alcançar um elevado estatuto na história dos videojogos. Mike McGarvey da Eidos Interactive explica esse fenómeno através de uma afirmação que não deixa de ser curiosa: “as mulheres invejam-na e os homens desejam-na sendo esta uma receita que funciona para ambos os sexos”. Pelos vistos parece que teve razão...